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TDAH na vida adulta: como lidar com o diagnóstico?

Muitos não sabem, mas o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) também afeta adultos.

O diagnóstico do TDAH na vida adulta tem se tornado cada vez mais comum, principalmente entre pessoas em que o diagnóstico passou desapercebido na infância, e hoje, com maior conhecimento, buscam avaliação especializada.
Mas tenho observado ainda um grande preconceito com esse transtorno, até mesmo em quem recebe o diagnóstico.

Por isso, hoje vamos falar sobre esse tema um tanto quanto polêmico para muitos. Afinal, viver com TDAH sem diagnóstico e tratamento adequado, pode trazer prejuízos tanto na vida acadêmica, profissional e pessoal.

Para conversarmos melhor sobre este tema, preparei um conteúdo bem especial!

TDAH na vida adulta afeta as emoções e saúde mental
O ser humano é movido por emoções e elas tendem a influenciar totalmente o nosso comportamento. Mesmo após analisar racionalmente as opções, no fim das contas, nossas decisões são emocionais.
A partir delas encontramos a motivação, avaliamos situações e tomamos decisões, criamos laços e até mesmo satisfazemos as nossas necessidades.
A falta de controle sobre essas emoções trazem grandes prejuízos.

 

Mas porque estou falando disso?

Bem, um dos principais sintomas do TDAH na vida adulta é a desregulação emocional.

Principais impactos da desregulação emocional no adulto com TDAH
Um dos principais sinais é a drástica mudança de estado de humor, baixa tolerância a frustrações, e dificuldade de regular suas emoções. Além disso, as reações mesmo a pequenas coisas do dia a dia tendem a ser desproporcionais.

Uma das maiores preocupações de quem convive com o transtorno, é em relação às funções executivas essenciais para a vida profissional e estudo, afinal o TDAH impacta a memória, concentração, foco e planejamento.

No adulto, a desatenção é mais marcante do que a hiperatividade, e podem haver dificuldades relacionadas à organização e procrastinação, como perder objetos, se esquecer de compromissos, não priorizar a execução das tarefas mais urgentes, não cumprir prazos ou deixar tudo para última hora.

Por fim, pessoas com TDAH acabam tendo comportamentos mais impulsivos. Sendo assim, muitas vezes podem agir de forma inadequada em determinadas situações, e tomar decisões no calor do momento, que podem trazer prejuízos pessoais, profissionais e mesmo financeiros.

 

Estigmatização do TDAH na vida adulta

Pessoas com TDAH muitas vezes passam a vida sendo rotuladas de distraídas, no mundo da lua e indecisas.
Por vezes acabam se sentindo desvalorizadas, mesmo dando o seu melhor, e gastam muita energia para “se encaixar”.
Além de trazer prejuízos para a saúde mental, com baixa autoestima, ansiedade e depressão, as relações interpessoais também podem ser bem complicadas.

● Nas relações pessoais
A impulsividade, distrações e desregulação emocional por vezes dificulta a convivência e resulta no afastamento de algumas pessoas.
Para quem convive com alguém com TDAH, seja em um relacionamento conjugal, profissional ou familiar, conhecer as características do transtorno e como lidar pode ajudar muito. Este apoio, além de contribuir para a autoestima, contribui para que a pessoa com TDAH demonstre todo seu potencial, sua criatividade e capacidade ímpar de “pensar fora da caixa”.

● Na vida profissional
Quem tem TDAH pode ter maior dificuldade em organização de processos, focar em uma atividade por vez, pode cometer pequenos erros por distração e ter dificuldade com prazos. Mas com tratamento adequado, estratégias comportamentais e de organização, são plenamente capazes e competentes, e podem surpreender.

● Na vida acadêmica
Um grande obstáculo para estudantes com TDAH é manter o interesse na conclusão de trabalhos e pesquisas. Além disso, podem ter dificuldade em obter boas notas nas avaliações tradicionais. Ler longos textos sem se distrair, e se manter focado principalmente em áreas que não são sua preferência é desafiador, e por vezes frustrante, levando muitos a desistirem dos estudos.
Daí a importância do diagnóstico e tratamento adequado, por vezes com indicação de um acompanhamento psicopedagógico especializado.
Tudo isto, aliado ao autoconhecimento sobre o transtorno, apoio familiar, e das instituições de ensino, possibilitam o vôo das mentes mais brilhantes.

Todo este estigma sobre quem tem TDAH traz um peso gigantesco na vida dessas pessoas.
Passar a vida sendo julgado como incapaz e ineficiente, afeta a autoestima e muitos acabam acreditando nesse julgamento e desistindo no caminho…

No entanto, com o tratamento adequado, quem tem TDAH pode sim alcançar todo seu potencial, e descobrir que é mais capaz do que imaginava ser.
É possível tirar dos ombros todo o peso deste julgamento, elaborar melhor as emoções e focar as energias no que realmente importa.

Por isso, se você sente dificuldade em se concentrar, oscilações de humor, e até mesmo nota ações impulsivas, é essencial buscar ajuda profissional.
Lembrando que nem tudo é TDAH… outras questões devem ser avaliadas individualmente pela sua neurologista.
Que tal virar esta chave e agendarmos sua consulta hoje?

 

Estratégias para lidar com o TDAH na vida adulta

É comum que após o diagnóstico algumas pessoas fiquem tristes ou até mesmo sintam vergonha pelo estigma associado ao TDAH.
No entanto, costumo dizer aos meus pacientes que o autoconhecimento liberta. É o primeiro passo para o sucesso em qualquer área, e entendendo melhor as dificuldades, podemos ter uma atitude mais proativa diante de cada obstáculo – “uma coisa de cada vez, e as primeiras coisas primeiro.”

Pensando nisto, a seguir separei algumas estratégias que podem auxiliar no seu dia a dia, para não desperdiçar mais seu tempo rodando em círculos, e gastar sua energia com o que realmente importa. Afinal, é possível ter uma vida mais leve e feliz consigo mesmo e todos ao seu redor quando conhecemos o diagnóstico e seguimos com os tratamentos recomendados.

 

1- Se informe mais sobre o TDAH

O conhecimento transforma e te liberta dos estigmas. É através dele que você se livra de crenças limitantes, descobre sua potência, e também como lidar com cada desafio.

Compreenda que o diagnóstico foi o ponto de partida, e que está tudo bem precisar de ajuda. Se você enxergar dessa forma, é possível ter mais vida de qualidade e alcançar seus objetivos.

 

2- Regule o estresse diário

A desregulação emocional, dificuldade em se concentrar e até mesmo alterações de humor podem ser intensificadas com o estresse. Para lidar melhor com isso, busque soluções como:
● Ter uma alimentação balanceada;
● Praticar exercícios físicos regulares;
● Descobrir formas prazeirosas de recarregar as energias: contato com a natureza, um animal de estimação, cantar, dançar;
● Ter momentos “off-line” e de autocuidado;
● Aprender técnicas de relaxamento, meditação e mindfulness;
● Encontrar com amigos que te deixam a vontade;
● Expressar seus sentimentos;
● Descansar após uma longa jornada de trabalho ou atividades que exijam maior concentração;
● Dormir bem, com regularidade, qualidade e quantidade adequadas.

 

3- Planejamento e organização

A organização pode ajudar muito quem tem TDAH na vida adulta, e recomendo sempre aos meus pacientes.
Ter uma rotina bem estruturada e previsível reduz a ansiedade e ajuda a focar em uma atividade por vez.
Agendas, planers, cadernos de anotações e até mesmo blocos de notas podem ser seus aliados no dia a dia. Hoje existem inclusive aplicativos que podem te ajudar neste processo.
Listar os afazeres e classificá-los em categorias de prioridade e urgência facilita a execução de tarefas e entrega dentro do prazo sem estresse. Mas lembre-se de estabelecer um tempo realista para cada atividade, e incluir tanto compromissos profissionais quanto pessoais, para não ficar sempre com aquela sensação de urgência e que não vai conseguir cumprir a agenda.

Para estudar ou trabalhar a organização é essencial, por isso, limpe seu espaço no trabalho e organize a sua mesa antes de iniciar a jornada. Dê preferência a locais bem iluminados e sem ruídos (fones de ouvido e abafadores podem ajudar). Elimine as distrações que você possa controlar, como televisão, redes sociais, desative notificações desnecessárias, deixe o celular no silencioso, e se possível em outro cômodo. Alguns estudos mostram que a simples presença do aparelho é capaz de reduzir nosso foco e concentração. O mesmo vale para o home office ou estudos em casa.

 

4- Administre o seu tempo

A falta de planejamento e distração excessiva podem levar a pessoa com TDAH a perder a noção do tempo.
Por isso, estratégias para lidar melhor com prazos, horários e datas são bem-vindas.
Alguns instrumentos que eu abordei aqui como agendas, relógios e calendários podem ajudar na organização do tempo.
Dividir o tempo para realização das atividades é uma ótima estratégia – como no método Pomodoro, em que o tempo é dividido em “fatias” gerenciáveis de “tempo de foco” em uma atividade por vez, seguido de um “tempo de pausa”, e em seguida um novo “tempo de foco”.

 

Quer saber mais sobre TDAH na vida adulta?

Para receber mais conteúdos como esse, acompanhe o meu blog.
Sou a Dra Renata Barbosa Hagemann, neurologista especialista em TDAH.
Posso afirmar que não existe uma “receita de bolo” para lidar com este transtorno. Cada paciente é único e deve ser avaliado de acordo com suas individualidades, suas capacidades, e suas demandas pessoais e profissionais. Mas juntos podemos encontrar a melhor estratégia de tratamento para que você alcance todo seu potencial, tenha mais vida de qualidade e tempo para o que realmente importa, para você.

Pare de procrastinar e agende agora sua consulta!

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