O que é Déficit de Atenção e Hiperatividade?
O Transtorno de Déficit de Atenção, conhecido como TDA, é uma síndrome que resulta da disfunção no funcionamento do córtex pré-frontal, que é a parte do cérebro responsável pela atenção, organização, expressão de sentimentos etc.
Pessoas que têm o transtorno passam por dificuldades que vão além do mau desempenho escolar e profissional. Isso porque o TDA prejudica a capacidade de memorizar, de se concentrar e de controlar impulsos, gerando problemas de sociabilidade, de aprendizado e de relacionamento.
O déficit de atenção atinge pessoas de todas as idades. A incidência na população infantil fica em torno de 3 a 10%. Já na fase adulta, o número chega a 4%.
Outro problema também de ordem neurobiológica, que é associada ao TDA, é a Hiperatividade. Isso ocorre porque a inquietude, a agitação e a impulsividade, típicos da hiperatividade, não permitem que o indivíduo se concentre em suas atividades, provocando dificuldades semelhantes às que pessoas com TDA passam. Por isso, é comum encontrar a sigla TDAH para se referir ao problema.
O TDAH é identificado mais na população em fase escolar, atingindo de 3 a 5% dessa faixa demográfica. Pesquisas apontam também que meninos são os mais afetados por essa síndrome.
Quais as causas do TDAH?
As causas do déficit de atenção são incertas até o momento. Mas acredita-se que a combinação de fatores ambientais, genéticos, sociais e biológicos resultem no desenvolvimento do transtorno.
Alguns estudos indicam relação entre o surgimento do déficit de atenção e hiperatividade com causas hereditárias, sofrimento do feto, exposição ao chumbo, uso de álcool e drogas durante a gestação etc.
Quais são os sintomas do déficit de atenção?
Os sintomas do déficit de atenção são bem diversos e complexos.
Quando realizado o diagnóstico no adulto, geralmente observamos que os sintomas já estavam presentes desde a infância, mas não receberam a devida atenção. Isso pode causar prejuízo em diferentes áreas da vida, como estudo, trabalho e relações sociais, sendo os pacientes frequentemente rotulados de “preguiçosos”, ou de pessoas que vivem “no mundo da lua”, trazendo ansiedade e baixa auto-estima.
Além da característica dificuldade de atenção e concentração, podem ser observados:
- Procrastinação, deixando para realizar atividades na última hora;
- Distração com facilidade, com dificuldade de manter a atenção principalmente em atividades mais chatas ou repetitivas;
- Erros frequentes por falta de atenção;
- Dar início a projetos, mas não terminar;
- Dificuldade de prestar atenção no que outra pessoa está dizendo;
- Dificuldade de organização, com perda de objetos e compromissos;
- Adiamento de atividades que exigem maior concentração;
- Dificuldade em expressar pensamentos, sentimentos e de traçar planos;
- Fala excessiva e dificuldade de concluir raciocínios;
- Impulsividade;
- Interrupção das outras pessoas, terminando as frases antes delas;
- Dificuldade de esperar a sua vez;
- Inquietação, ficar mexendo braços e pernas, levantar-se em reuniões ou outras situações em que deveria ficar sentado;
- Sentir como se estivesse com um “motorzinho ligado”, com necessidade de fazer coisas o tempo todo, sendo difícil relaxar no tempo livre.
Como já citado, o TDAH impacta diretamente no convívio social e familiar, além de afetar o desempenho escolar e profissional.
TDA sempre vem acompanhado de hiperatividade?
Não. Se o indivíduo apresentar somente os sintomas de desatenção, de que está “aéreo”, sem o aparecimento da impulsividade ou inquietude intensa, é provável que ele só tenha o déficit de atenção (TDA).
No entanto, a hiperatividade sempre virá acompanhada do déficit de atenção.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico do déficit de atenção e hiperatividade deve ser realizado por um profissional habilitado (neurologistas e psiquiatras, por exemplo), que analisará o histórico dos sintomas: duração, frequência, persistência e intensidade. O impacto dos sintomas na vida do paciente assistido também será levado em consideração.
Não há exames de imagem ou de sangue para identificar os transtornos. Por isso, o profissional especializado deve ser cauteloso para não confundir as causas dos sintomas relatados, de modo que o tratamento prescrito seja o melhor possível.
Como tratar déficit de atenção e hiperatividade?
O tratamento pode variar de acordo com os sintomas e o impacto nas atividades de cada pessoa.
Podem ser indicadas medicações como psicoestimulantes e antidepressivos, avaliados pelo neurologista ou psiquiatra caso a caso.
Sempre indico algumas estratégias comportamentais como utilizar agendas, calendários de planejamento em locais facilmente visualizados, aplicativos de organização de rotinas, listas e alarmes de lembrete, além de evitar concentrar muitas atividades importantes no mesmo dia.
Praticar atividade física regular, ter uma rotina organizada e dormir horas suficientes e com qualidade são essenciais. Lembrando que os sintomas de privação de sono podem se confundir com os sintomas do TDAH, ou deixá-los ainda mais fortes.
O acompanhamento multidisciplinar é super bem-vindo, associado ou não a medicações, envolvendo psicoterapia – principalmente através da abordagem de Terapia Cognitivo Comportamental –, e neuropsicopedagógico, para se traçar estratégias para um melhor desempenho acadêmico.
Onde encontrar médico para tratar déficit de atenção e hiperatividade em Joinville?
O déficit de atenção e hiperatividade trazem muitos prejuízos à vida do paciente. Procure ajuda médica especializada para melhorar seu bem-estar e qualidade de vida. A Dra. Renata Barbosa é Neurologista e atende em Joinville. Agende uma consulta!