Tudo em excesso faz mal – inclusive dormir, pode acreditar.
Essa pode ser uma notícia ruim para quem gosta muito de dormir ou sente aquele sono o tempo todo, mas para entender o que dormir demais significa e como pode ser prejudicial, eu te explico melhor.
Para um adulto, a quantidade ideal de horas de sono recomendadas é de sete e nove horas – mas além do tempo total de sono, a qualidade também deve ser levada em conta. Entretanto, se você dorme menos de seis horas ou mais de nove horas com frequência, é momento de prestar um pouco mais de atenção na sua rotina de sono, e buscar uma avaliação especializada.
Isto porque existe uma famosa “curva em U” na medicina do sono, em que os extremos são prejudiciais. Ou seja, tanto dormir pouco, quanto dormir demais está associado a mais doenças, e inclusive a aumento de mortalidade.
Quando o sono pode ser sinal de algo errado na sua saúde?
O sono prolongado, uma vez ou outra, pode até ser normal. Após um dia excessivamente cansativo ou quando estamos muito estressados, dormir um pouco mais ajuda a restaurar as energias, e manter a saúde mental e física.
Entretanto, se o sono excessivo e a sonolência durante o dia são constantes, é indicado uma avaliação mais detalhada.
O sono em excesso pode ocorrer devido a doenças primárias do sono, que são mais raras, como:
- Síndrome de Kleine-Levin (ou da “Bela Adormecida”) ;
- Narcolepsia;
- Hipersonia idiopática.
Mais frequentemente, a hipersonolência é consequência de outros problemas como:
- Depressão;
- Lesões cerebrais;
- Hipotireoidismo;
- Insuficiência cardíaca;
- Efeito colateral de alguns medicamentos;
- Privação crônica de sono / sono insuficiente;
- Outras doenças do sono como Insônia e Apneia obstrutiva do sono, que levam a um sono sem qualidade e reduzem o tempo total de sono.
As consequências de dormir demais
Como eu disse acima, na medicina do sono existe a chamada “curva em U”, que mostra que no sono os extremos são prejudiciais, há associação com mais doenças e aumento de mortalidade.
Para quem dorme menos de 6h/ noite já foi demonstrada uma relação de causalidade, ou seja, dormir pouco leva a aumento de doenças cardiovasculares e câncer, piora a memória e concentração, e aumenta a mortalidade por qualquer causa, seja por infarto, causas naturais, ou acidente de trânsito.
Já para quem dorme mais de 9h/noite essa relação de causalidade não é tão clara. Sabe-se que quem dorme demais tem mais doenças cardiovasculares, problemas de memória, depressão e aumento de mortalidade, mas não é claro ainda quem veio primeiro – se tem mais doenças porque dorme muito, ou se dorme muito porque tem mais doenças (o que é mais provável).
O fato é que dormir demais, além de dar aquela preguicinha, pode ser um sinal de alerta para problemas mais graves, que devem ser diagnosticados e tratados.
Então, se dormir muito ou ter problemas com o sono é recorrente na sua rotina, consulte sua neurologista e experimente uma vida com mais qualidade e saúde.