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Como saber se tenho apneia do sono?

Essa é uma dúvida frequente de muitos pacientes e leitores que me perguntam “Como saber se tenho apneia do sono? ”, “se eu ronco significa que tenho apneia? ”.

Se você também tem essas dúvidas, acompanhe a leitura até o final.

Para o diagnóstico de certeza da apneia do sono precisamos analisar algumas alterações que ocorrem durante o sono, através de um exame chamado polissonografia.  No entanto, alguns sinais e sintomas podem levantar essa suspeita, sendo importantes sinais de alerta.

Alguns sintomas importantes que às vezes passam desapercebidos, e que podem sinalizar a presença de uma apneia do sono, são o ronco e aquela sonolência excessiva durante o dia, em que a pessoa só de encostar já dorme em qualquer lugar.

Mas, antes de aprofundar neste assunto, é importante destacar que quem sofre desse transtorno do sono não tem apenas esses sintomas. A apneia do sono, além de fragmentar o sono, impedindo que ele seja plenamente reparador, tem também um impacto negativo em várias funções do nosso corpo.

Para saber mais sobre esse assunto e descobrir se você tem algum sinal sugestivo de apneia do sono, continue a leitura a seguir!

 

Entenda o que é a apneia do sono

Durante o sono o nosso corpo (e nosso cérebro) não “desligam”. Eles continuam funcionando, para manter várias funções vitais. É durante o sono, principalmente durante o sono mais profundo, que ocorre o reparo de tecidos, eliminação de substâncias potencialmente neurotóxicas que foram se acumulando no cérebro ao longo do dia, liberação de hormônios importantes, consolidação de memórias e restauração da energia.

No entanto, quem tem apneia do sono não consegue ter um sono plenamente restaurador, e vários processos essenciais que ocorrem durante o sono ficam prejudicados.

Isto porque durante a apneia a pessoa para de respirar por alguns segundos, com isso as trocas gasosas não são realizadas, o oxigênio no sangue cai e dispara um alarme no cérebro que leva a superficialização do sono e despertares.

Essa pausa na respiração não acontece uma só vez, e sim diversas vezes em cada hora de sono. Na apneia do sono ocorrem 5 ou mais pausas na respiração dentro de uma hora, com duração de pelo menos 10 segundos cada. A consequência é um sono todo fragmentado, em que o indivíduo não consegue ter um sono profundo suficiente e reparador.

Esse é um assunto de suma importância para tratarmos aqui, pois muitas pessoas que possuem apneia do sono não sabem que sofrem desse transtorno.

Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 50% da população brasileira reclama da qualidade do sono.

Além disso, 32,9% da população tem apneia do sono. Foi essa a conclusão do estudo sobre a prevalência de apneia do sono, do Professor Sergio Tufik, derivado do EPISONO  e publicado na revista Sleep Medicine.

No entanto, apenas uma pequena parte, cerca de 15%, recebem o diagnóstico.

 

Conheça os tipos de apneia do sono

Muitas vezes nos referimos a apneia do sono de uma forma genérica, já que todos os tipos fragmentam o sono e trazem consequências ruins para o indivíduo. No entanto, não existe somente um tipo de apneia. Para explicar melhor sobre cada um deles, a seguir separamos em tópicos específicos.

 

  1. Apneia obstrutiva do sono

O tipo de apneia mais frequente é a do tipo obstrutiva do sono. É mais comum em pessoas obesas, que têm um estreitamento maior das vias aéreas superiores, mas pode ocorrer também em quem não está acima do peso.

Basicamente temos a pausa da respiração por alguns segundos durante o sono, pois a medida em que aprofundamos o sono, o corpo relaxa, e nas pessoas com apneia obstrutiva os músculos da garganta se fecham. Esse fechamento impede a passagem do ar e que a respiração aconteça como deve ser.

O principal problema é que além da respiração pausada, o corpo passa por uma drástica redução de oxigênio que pode resultar em graves problemas. Após alguns segundos ocorre uma respiração de resgate, que provoca um ruído mais alto, e as vias aéreas se abrem.

No entanto, isso não acontece uma noite, raras ou somente uma vez durante o sono. A característica da apneia obstrutiva do sono é ocorrer diversas vezes durante a noite, ocorrem 5 ou mais pausas na respiração dentro de uma hora, com duração de pelo menos 10 segundos cada.

A cada apneia o oxigênio cai, o coração dispara e o sono se superficializa, não permitindo que a pessoa passe de forma adequada pelas direfentes fases do sono , algumas vezes não conseguindo alcançar um sono profundo, ou não permanecendo nele pelo tempo adequado. E isto é claro, pode resultar em sérias consequências para o organismo.

 

  1. Apneia do sono central

É menos frequente e provocada por um problema no cérebro, no controle da capacidade de regular o esforço respiratório durante o sono.

O cérebro não consegue transmitir de forma adequada os sinais para os músculos responsáveis pela respiração funcionarem. Dessa forma, ocorrem interrupções na respiração várias vezes durante o sono.

É mais frequente após um AVC, tumor cerebral ou doenças degenerativas do cérebro.

 

  1. Apneia do sono mista

Ocorre uma combinação dos dois tipos de apneia, obstrutiva e central.

 

Conheça o que causa a apneia do sono

Existem alguns fatores de risco que predispõem a apneia do sono.

Ela afeta com mais frequência pessoas adultas, acima de 65 anos, do sexo masculino. A frequência nas mulheres aumenta após a menopausa, que passam a ter a mesma predisposição dos homens.

A obesidade, o tabagismo, o consumo excessivo de álcool, o uso exagerado de sedativos, o aumento das amígdalas, adenoides ou da língua, o pescoço largo e algumas alterações craniofaciais, como o queixo pequeno e retraído, são condições que favorecem a apneia do sono.

 

Como saber se tenho apneia do sono?

Bem, como mencionei no início do texto, somente o exame do sono pode dar o diagnóstico de certeza da apneia do sono. No entanto, alguns sinais e sintomas levam a suspeita da sua presença, sendo importantes sinais de alerta.

 

O principal sinal de alerta para se suspeitar da presença da apneia do sono é o ronco.  Muitas vezes essa questão é levantada por quem dorme ao lado, já que a própria pessoa pode não saber se ronca.

Além desse sinal existem outros de suma importância para se suspeitar da apneia do sono.

A seguir, destacamos os principais deles que também podem passar desapercebidos:

 

  • Sonolência excessiva diurna: cochilos inapropriados durante o dia e sensação de estar sempre cansado e com sono são frequentes, resultado do sono fragmentado e não reparador
  • Dificuldade de concentração: o sono fragmentado e sem quantidade adequada de sono profundo podem levar a lapsos de memória e dificuldade de concentração. Estes são sintomas bem frequentes, devendo a possibilidade de apneia do sono ser lembrada quando ocorre essa queixa
  • Acordar repetidas vezes: a apneia provoca interrupções na respiração durante o sono, resultando em um sono fragmentado. Além dos despertares perceptíveis, o transtorno pode ocasionar despertares microscópicos, em que a pessoa não tem consciência deles, e são detectados pela polissonografia.
  • Cefaleia matinal: despertar com dores de cabeça é um sintoma frequente da apneia do sono, decorrente da insuficiente oxigenação cerebral durante o sono devido às pausas na respiração.
  • Irritabilidade: a má qualidade do sono associada à apneia influencia o sistema nervoso, elevando os níveis de cortisol e resultando em irritabilidade.
  • Sensação de boca seca: além do ronco, é possível acordar com a boca e garganta ressecadas.
  • Disfunção erétil: o distúrbio impacta a circulação sanguínea e a produção de óxido nítrico, crucial para a ereção.

 

Como é feito diagnóstico da apneia do sono?

Se reconhecer algum desses sinais de alerta, é recomendável passar em avaliação com médico especialista em medicina do sono, que irá avaliar toda a história, sintomas, doenças associadas, uso de medicações, hábitos de vida e de sono, alterações sugestivas no exame físico, e se indicado para o caso, a realização do exame conhecido como polissonografia.

A polissonografia é um exame realizado durante o sono, em que várias funções são monitoradas através de vários sensores, como atividade cardíaca, pulmonar e cerebral, saturação de oxigênio, tônus muscular e movimentos corporais. Acompanhe o blog para saber mais sobre os diferentes tipos de polissonografia.

Existem alguns critérios bem estabelecidos que devem estar presentes para que se faça o diagnóstico da apneia do sono, bem como sua distinção em obstrutiva, central ou mista, e sua intensidade – leve, moderada ou grave. Estes parâmetros apontados na análise da polissonografia irão guiar o médico especialista em sono na indicação dos tratamentos.

 

Quem trata a apneia do sono?

É fundamental destacar que, devido à natureza multifatorial e às diversas comorbidades associadas à apneia do sono, uma abordagem multidisciplinar é a ideal. Eu gosto sempre de acompanhar meus pacientes junto com outros profissionais, para que seja proporcionado o tratamento mais completo, personalizado e efetivo.

Os principais profissionais que podem ser envolvidos além do médico especialista em sono no tratamento interdisciplinar dos pacientes com apneia do sono são o fisioterapeuta, fonoaudiólogo, psicólogo, profissional de educação física, nutricionista, dentista e enfermeiro. Pode ser ainda solicitada avaliação de outras especialidades médicas, como exemplo o otorrinolaringologista e endocrinologista.

 

Agende agora mesmo a sua consulta com sua neurologista

Eu sou a Dra. Reta Barbosa e cuido do seu cérebro, do seu sono e da sua saúde.

Acredito em uma medicina que cuide não apenas das doenças, mas das pessoas, da saúde e dos pilares fundamentais para uma vida de qualidade e envelhecimento saudável, e os cuidados com o sono com certeza fazem parte dessa jornada.

Se você suspeita que você ou seu parceiro possam ter apneia do sono, agende agora mesmo uma consulta.

Afinal, a sua saúde e qualidade de vida estão relacionadas a qualidade do seu sono!

 

Dra. Renata Barbosa Hagemann

CRM-SC 20230 | RQE 11759

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