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Cefaléias

O que é enxaqueca?

A enxaqueca é um tipo de cefaléia primária (em que a dor de cabeça é a própria doença, e não secundária a algum outro distúrbio), que se caracteriza pela dor intensa e latejante, geralmente em um dos lados da cabeça, acompanhada de outros sintomas como náuseas, fotofobia, que é a hipersensibilidade à luz, e fonofobia, que é a hipersensibilidade ao barulho.

É resultado da alteração do funcionamento dos nervos cerebrais, que liberam substâncias que causam inflamação dolorosa nos vasos sanguíneos e no tecido que recobre o cérebro.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a enxaqueca é a 8ª doença que mais incapacita pessoas em todo mundo, sendo, portanto, considerada um problema de saúde pública.

No Brasil, 31 milhões de pessoas vivem com a doença, que não tem cura. Ela pode atingir indivíduos de todas as idades, sendo seu início mais comum na população jovem e adulta, mas pode também se manifestar desde a infância. No entanto, mulheres são as mais afetadas, 3 vezes mais do que os homens, especialmente depois da puberdade.

Quais as causas da enxaqueca?

A enxaqueca é causada por diversos motivos ainda não tão bem esclarecidos, inclusive genéticos, sendo observada uma maior prevalência dos sintomas quando pais ou irmãos também têm a doença.

Para quem tem enxaqueca, sabe-se que ela estará presente ao longo de toda a vida, porém com algumas fases mais tranquilas, com menos crises, ou até mesmo sem crises, e alguns períodos em que as crises aumentam.

Alguns fatores funcionam como gatilhos para que as crises se instalem, como se “abrissem a porteira”, facilitando seu início, sendo os mais observados:

  • Privação de sono, mas também dormir mais que o de costume;
  • Mudanças de rotina;
  • Estresse;
  • Café em excesso;
  • Chocolate, principalmente com menor teor de cacau;
  • Alimentos industrializados, ultraprocessados, com mais conservantes e condimentados;
  • Ingestão de alimentos que já tenha intolerância, como lactose ou glúten;
  • Frituras;
  • Embutidos e defumados;
  • Bebidas alcoólicas em geral, mas principalmente vinho tinto;
  • Jejum prolongado;
  • Falta de hidratação adequada;
  • Oscilações hormonais, como no período menstrual e na menopausa;
  • Quando está muito calor, muito frio, ou há mudança brusca de temperatura;
  • Cheiros fortes como alguns perfumes ou produtos de limpeza;
  • Tabagismo;
  • Luzes fortes e intermitentes;
  • Exercício intenso.

Quais são os sintomas da enxaqueca?

A enxaqueca tem alguns sintomas bem característicos, como a dor latejante de um lado da cabeça, mas que também pode ser acompanhada por dor atrás dos olhos e pressão na nuca, náuseas, foto e fonofobia.

Embora às vezes seja moderada, a dor atrapalha a pessoa realizar suas atividades rotineiras. No geral, o paciente tende a ficar quieto, recluso, num ambiente escuro e silencioso, o que ajuda a aliviar a dor.

A enxaqueca é classicamente dividida em 4 fases:

1ª fase – premonitória (pródromos): são sintomas que podem ocorrer até 3 dias antes que a dor de cabeça se instale, como fadiga, aumento de bocejos, dificuldade de concentração, irritabilidade, depressão e mais vontade de comer doces.

2ª fase – aura: presente em 25% das pessoas. É uma alteração neurológica que aparece um pouco antes, ou junto com a dor, vai aumentando gradualmente, e depois reduz e desaparece, geralmente quando a dor aumenta. A mais frequente (90% das auras) é a aura visual, com pontos pretos, cintilantes, ziguezague ou borramento, que surgem em um cantinho da visão e vão crescendo e se espalhando. Podem ocorrer também auras com formigamento ou dormência em um lado do corpo, alteração na fala e vertigem.

3ª fase – dor de cabeça (cefaleia): a fase da dor de cabeça é aquela que costuma levar a pessoa à procura do médico para tratamento. Ela geralmente ocorre de apenas um lado, latejante, com intensidade moderada a intensa e pode durar de 4 até 72 horas (3 dias). Durante o momento de pico da dor de cabeça, costuma-se sentir também enjoo e/ou vômitos, incômodo com luz, sons e cheiros.

4ª fase – resolução (pósdromo): essa última fase é como uma “ressaca da dor”, com sintomas parecidos aos da fase premonitória, como uma sensação intensa de fadiga, sonolência, dificuldade de concentração ou até uma dor em toda a cabeça leve e residual, que pode durar até 48 horas (2 dias).

É importante salientar que nem todas as pessoas que sofrem com enxaqueca manifestaram todas estas fases ou, pelo menos, não percebem que as tem.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da enxaqueca é realizado por um neurologista, que avalia os sintomas, a frequência das crises e histórico familiar, além de, em alguns casos, solicitar exames complementares de imagem.

Como tratar a enxaqueca?

O tratamento tem como objetivo controlar as crises de enxaqueca e evitar novos episódios, através de medidas medicamentosas e não medicamentosas, com mudanças no estilo de vida, identificação e controle dos gatilhos.

Quando a pessoa tem crises de vez em quando, o tratamento medicamentoso pode ser feito apenas no momento das crises, como “apagar incêndio”, para aliviar os sintomas da dor e do enjôo. Mas se ficam mais frequentes, o excesso de analgésicos pode acabar piorando o quadro.

Um alerta: a automedicação pode causar efeito rebote e intensificar os sintomas.

Algumas pessoas evoluem com uma enxaqueca crônica, que é definida pela presença de dor em pelo menos a metade dos dias do mês (15 dias), sendo mais da metade com características enxaquecosas, e isto ocorrendo por pelo menos três meses.

Nesses casos, além dos medicamentos para controle das crises, é necessário um tratamento profilático, para “prevenir os incêndios”, que tem o objetivo de reduzir a frequência e intensidade das crises.

Esse tratamento é individualizado, levando-se em conta as características de cada paciente, podendo ser usados medicamentos como anti-hipertensivos, antidepressivos, anticonvulsivantes, toxina botulínica, e mais recentemente os anticorpos monoclonais.

Um cuidado que sempre deve ser lembrado é que pessoas portadoras de enxaqueca com aura possuem risco maior de complicações vasculares como AVC (acidente vascular cerebral) do que aquelas sem aura e que a população sem enxaqueca.

Por isso, no planejamento de tratamento dessas pessoas, além de reforçar o controle de outros fatores de risco cardiovasculares, como diabetes, hipertensão e tabagismo, é fundamental a orientação quanto aos anticoncepcionais hormonais.

Não é recomendado o uso de contraceptivos hormonais combinados de estrogênio e progesterona, por isso, não se esqueça de sempre falar com seu ginecologista que você tem enxaqueca com aura, para planejamento do melhor método.

Buscar identificar o que provoca as crises e ajustes na rotina são primordiais para o sucesso do tratamento, como:

  • Ter uma rotina bem estabelecida;
  • Comer em horários regulares, evitando jejum prolongado;
  • Hidratar-se bem ao longo do dia;
  • Dormir bem e procurar dormir e acordar sempre no mesmo horário, mesmo nos fins de semana;
  • Controlar a ansiedade e estresse;
  • Praticar exercícios físicos e atividades relaxantes;
  • Realizar práticas complementares como acupuntura e meditação;
  • Evitar aqueles gatilhos já identificados, como alguns alimentos e bebidas;
  • Não fumar.

Onde encontrar médico que trata enxaqueca em Joinville?

A enxaqueca é um problema de saúde que não dá para ser ignorado. Se precisar de tratamento, a neurologista Dra. Renata Barbosa atende em Joinville. Marque uma consulta!